ATOS DO DIA-A-DIA


É interessante ver os costumes de cada um. Ceramistas ficam cuidando forno por horas e horas. E o que fazer enquanto se espera o momento certo de colocar mais lenha, de mudar a velocidade de temperatura nos fornos elétricos, de alterar a quantidade de gás?

Os fornos com combustão exigem do artista este tempo de espera e o cultivo da paciência, muitas vezes, nos faz divagar em uma outra arte. Às vezes uma leitura, noutras, escrever porque não?!! E assim, faz-se música, poesia, inclusive livros já foram escritos à beira do forno.

No meu ateliê trabalho com forno elétrico. Gosto da praticidade, posso tê-lo num bairro central sem me preocupar com o incomodo que poderia causar com o uso de algo que produzisse fumaça.

Mas, adoro uma queima com chama direta. Já fiz algumas experiências e os resultados, sempre inesperados, me encantam. Podemos ter controle sobre muita coisa, mas a chama, o fogo direto ou indireto, este interfere de maneira única em cada peça. E é pelo encanto deste inesperado que venho pesquisando possibilidades de trabalhar com queimas de combustão à lenha.

Em 2009 fiz parte da equipe de construção de um forno catenário no ateliê do Gilberto Narciso, em Quatro Barras-PR (foto), e agora, pretendo construir o meu. Tenho um grande amigo que me cedeu um espaço na sua chácara, meus tijolos já chegaram, o projeto está nos ajustes finais. Espero até o final do ano poder fazer minha primeira queima neste forno. A demora é necessária por vários motivos técnicos - construção, acabamento, secagem do forno- é complexo, mas estudos e troca de experiências facilitam e incentivam. Enquanto isso, muito estudo e outros projetos para controlar a ansiedade de ter "o meu forno".

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